Os cânceres de cólon e de reto estão entre os tumores malignos mais comuns em todo mundo. No Brasil, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA-2012), estima-se que o câncer colorretal é o terceiro tumor mais frequente em adultos. Nos homens, o câncer colorretal é superado pelos tumores de próstata e pulmões e nas mulheres pelos tumores de mama e colo de útero.
Com relação ao perfil etário do câncer colorretal, nota-se um aumento acentuado da incidência a partir dos 40 anos em mulheres e 50 anos em homens. Acredita-se que o câncer intestinal é um processo multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e dietéticos.
O câncer retal propriamente dito, tem uma incidência de aproximadamente 29 % dentre os tumores intestinais.
O sangramento pelo ânus é a queixa mais frequente (35 a 40%) dos pacientes, seguido por eliminação de muco com as fezes. A presença de muco e sangramento nas fezes deve ser considerada uma combinação altamente sugestiva e que exige investigação diagnóstica. Outras queixas como: mudança do hábito intestinal e dor abdominal podem ser resultado de uma lesão tumoral obstrutiva ou parcialmente obstrutiva. A dor no reto é um sintoma menos comum de câncer.
As etapas fundamentais para o diagnóstico do câncer retal são; a história clínica que permite o médico responsável direcionar seu raciocínio e levantar suspeitas de possíveis grupos de riscos; o exame físico que permite o médico detectar 50% dos tumores situados no reto e canal anal através do toque retal; e os exames endoscópicos como retossigmoidoscopia e colonoscopia que permitem a visualização da lesão e biópsias para confirmação diagnóstica.
Uma vez estabelecido o diagnóstico do câncer de reto, o passo seguinte e fundamental é o seu estadiamento. O estadiamento tem como importância a determinação da conduta e estratégia do tratamento, e para tal necessita de métodos clínicos, laboratoriais e de imagem, como; tomografia ou ressonância magnética, visando determinar o tamanho do tumor e seu grau de invasão local e a distância (metástases).
O câncer retal é uma doença tratável e frequentemente curável, sendo a cirurgia o seu tratamento principal.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor e do estado geral do paciente. O uso de medicações com objetivo de eliminar ou diminuir a população de células cancerosas é chamado quimioterapia e a terapia por radiação que envolve o uso de raios-x de alta energia para destruir as células cancerosas é denominado radioterapia.
A radioterapia frequentemente é utilizada em combinação com a quimioterapia no tratamento do câncer de reto.
Tanto a quimioterapia como a radioterapia pode ser usada antes da operação para redução da massa tumoral e assim facilitar a retirada cirúrgica do tumor, ou após a cirurgia para destruir células cancerosas que tenham permanecido na área tratada cirurgicamente.
A prevenção consiste fundamentalmente na conscientização da população em relação aos riscos do desenvolvimento do câncer colorretal tais como; idade superior a 60 anos, parentes de primeiro grau com câncer intestinal, síndromes genéticas, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e gordura animal, tabagismo e obesidade.
A adoção de hábitos saudáveis de vida pode causar grande impacto na redução da incidência do câncer com benefícios pessoais, sociais e econômicos.