A doença inflamatória intestinal corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrointestinal. Pode ser classificada em doença inflamatória intestinal de causa conhecida (infecções, parasitoses, enterocolites e outros) ou de causa desconhecida, em que 80 a 90 % dos casos correspondem a Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn.
A Retocolite Ulcerativa é caracterizada por inflamação difusa da mucosa de cólon e a Doença de Crohn por focos de inflamação que podem afetar qualquer parte do aparelho digestivo.
Tanto a Retocolite Ulcerativa quanto a Doença de Crohn são patologias de pessoas jovens, com um pico de incidência entre as idades de 15 a 30 anos. Podem, contudo, afetar pessoas de qualquer idade, e 15% das pessoas estão acima de 60 anos quando feito o diagnóstico.
As causas da Retocolite Ulcerativa e de Doença de Crohn continuam desconhecidas.
O consenso é que ambas as doenças são uma reposta a desencadeantes ambientais (infecção, medicamentos ou outros agentes) em indivíduos geneticamente suscetíveis. O componente genético é mais forte na Doença de Crohn do que na Retocolite. O tabagismo prejudica pacientes portadores de Doença de Crohn.
Os Sintomas da Retocolite Ulcerativa e da Doença de Crohn variam de indivíduo para indivíduo. Podem ser classificadas nas formas leve, moderada ou grave.
Os sinais e sintomas da Retocolite variam desde o aumento do número de evacuações com diminuição da consistência das fezes, com presença ou não, de sangue ou pus até a forma grave com disenteria intensa e hemorragias com repercussões sistêmicas.
Podem apresentar sintomas associados de dor abdominal em cólica e sintomas extraintestinais (doenças nos olhos, na pele e/ou nas articulações).
Os sintomas da Doença de Crohn são mais heterogêneos, mas tipicamente incluem dor abdominal, diarreia e perda de peso. Sintomas como mal estar, perda de apetite ou febre são mais comuns na Doença de Crohn .
O diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal é confirmado por avaliação clínica e uma combinação de investigações baseadas em exames laboratoriais, endoscopia, radiologia e exame histológico. A colonoscopia é o principal exame na investigação e diferenciação da doença inflamatória intestinal.
O tratamento na grande maioria dos casos é medicamentoso e objetiva diminuir os sintomas da fase aguda e manter o controle da doença. O tratamento cirúrgico é necessário para tratar obstruções, complicações supurativas e doença que não responde ao tratamento medicamentoso.
A terapia para doença inflamatória é um campo em rápida evolução, com muitos novos medicamentos sob investigação, o que provavelmente mudará as estratégias terapêuticos para o futuro.