A doença inflamatória intestinal corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrointestinal. Pode ser classificada em doença inflamatória de causa conhecida (infecções, parasitoses, enterocolites e outros) ou de causa desconhecida, em que 80 a 90% dos casos correspondem a retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
- Quais são as causas da Doença Inflamatória Intestinal?
As causas da doença inflamatória intestinal inespecífica (retocolite ulcerativa e doença de Crohn) continuam desconhecidas, embora considerável progresso tenha ocorrido nos últimos anos. Sugeriu-se que a doença se desenvolva, em pessoas geneticamente predispostas, associadas a estímulos desconhecidos (provavelmente ambientais ou infecciosos), resultando em inflamação contínua e exagerada do intestino. - Quais são as principais diferenças entre Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn?
A retocolite ulcerativa é caracterizada por inflamação difusa da mucosa do reto e cólon. Na doença de Crohn os focos de inflamação podem afetar qualquer parte do aparelho digestório. - Qual é a faixa etária que mais aparece a doença?
A retocolite ulcerativa, assim como a doença de Crohn, tem distribuição uniforme entre os sexos e costuma acometer pessoas jovens, com um pico de incidência entre as idades de 15 a 30 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade. - Qual o quadro clínico predominante na Doença Inflamatória Intestinal?
Os sinais e sintomas são habitualmente periódicos (fases agudas e de remissão). A diarreia crônica é a queixa mais frequente. Sangramento anal pode ocorrer em ambos, mas é mais observada na retocolite ulcerativa. Febre pode surgir na doença de Crohn, mesmo sem infecção. Outros achados são dor abdominal e perda de peso. - Como se faz o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da doença é confirmado por avaliação clínica e uma combinação de investigações baseadas em exames laboratoriais, endoscopia, radiologia histologia e medicina nuclear. A colonoscopia é o principal exame na investigação e diferenciação da doença inflamatória intestinal. - Existe alguma dieta de exclusão na rotina do paciente com Doença Inflamatória Intestinal?
Não. Até o presente, não há evidencia consensual na literatura de que determinado alimento provoque ou piore a doença inflamatória intestinal. Não há indicação para prescrição de dietas padronizadas. Dietas excessivamente restritas podem até agravar a desnutrição desses indivíduos. - Existe tratamento para Doença Inflamatória Intestinal?
Sim. O tratamento na maioria dos casos é medicamentoso e tem o objetivo de diminuir os sintomas da fase aguda e manter o controle da doença. O tratamento cirúrgico é necessário para tratar obstruções, complicações supurativas e doença que não responde ao tratamento medicamentoso. - Quais são as manifestações ExtraIntestinais mais comuns na Doença Inflamatória Intestinal?
Tanto a retocolite ulcerativa como a doença de Crohn podem manifestar inflamações fora do trato gastrointestinal, porém de longe os órgãos mais afetados são as articulações, a pele, os olhos e o fígado. - Quais são as principais complicações na doença?
As principais complicações na retocolite ulcerativa são: colite grave, perfuração intestinal, megacolón tóxico, sangramento retal grave e suspeita de câncer associado a doença. Na doença de Crohn as principais complicações são: abscessos intra-abdominais, perfuração intestinal, estenoses (estreitamentos) intestinais, fistulas e obstrução intestinal. - Existe alguma maneira de prevenir a Doença Inflamatória Intestinal?
Não. Devemos ficar atentos ao diagnóstico precoce destas doenças para controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar complicações. Em Guarulhos, desde 2005 contamos com o grupo de assistência multidisciplinar em estomia e doença inflamatória intestinal do Hospital Padre Bento, o polo tem o objetivo de prestar assistência aos pacientes portadores de estomia e doença inflamatória intestinal através de uma equipe formada por médicos especialistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistente social.