Endometriose Intestinal

A endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença do endométrio em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero, que se renova mensalmente pela menstruação.

Na visão do Proctologista

A verdadeira prevalência da doença é desconhecida, entretanto estima-se que até 15% das mulheres em idade reprodutiva e 1/3 das mulheres inférteis apresentam endometriose.

Durante a menstruação, a camada do endométrio pode se deslocar no sentido contrário e através das trompas pode atingir a cavidade abdominal. Essa teoria é a explicação mais plausível para a distribuição da doença nas estruturas abdominais.

Os locais mais comuns atingidos pela endometriose são: ovários (60-75%), ligamentos do útero (30-65%), fundo de saco de Douglas (atrás do útero) e fundo de saco anterior (na frente do útero) (20-30%), útero (externamente) (4-20%) e a região retossigmoide. Os locais menos comuns são bexiga, diafragma, vagina, apêndice e parede abdominal.

A maioria das mulheres tem a doença confinada à pelve e as queixas mais comuns referem-se a irregularidades menstruais, dor pélvica e infertilidade. A dor é o sintoma mais frequente, afetando até 80% das pacientes diagnosticadas. A dor em geral é mais intensa imediatamente antes da menstruação e estende-se durante todo o período menstrual. As aderências, muito comuns na endometriose, também podem estar associadas a dor.

Embora algumas mulheres com endometriose possam ser assintomáticas, algum grau de queixas intestinais, é normalmente encontrado naquelas com doença moderada e grave. O envolvimento intestinal ocorre em 12 - 37% dos casos de endometriose e, dependendo do local afetado, os sintomas podem variar um pouco. Em pacientes, com doenças intestinais, as regiões do reto e do cólon sigmoide estão envolvidas em mais de 70%, seguidos pelo intestino delgado e pelo apêndice.

As alterações na região retossigmoide frequentemente resultam em alterações nos hábitos intestinais, tais como : constipação, diarreia, diminuição no calibre das fezes ou sangramento retal.

A transformação maligna da endometriose é uma complicação rara da doença.

A presença da endometriose pode ser suspeitada pela história clínica de dor pélvica ou cólica abdominal no período menstrual, dor profunda na relação sexual, dor com irradiação para a raiz da coxa ou para o ânus, dor ao evacuar ou para urinar no período menstrual. O exame ginecológico pode apresentar alterações compatíveis com a doença, assim como alterações nos exames de imagens através do ultrassom, tomografia ou ressonância magnética. A avaliação endoscópica do intestino grosso é geralmente normal, exceto na doença grave.

A laparoscopia é atualmente a melhor abordagem para muitos pacientes suspeitos de apresentar a doença, tendo revolucionado seu diagnóstico e seu tratamento.

As opções de tratamento para as mulheres com endometriose baseiam-se na gravidade, no tipo de sintomas e na presença de infertilidade, portanto o tratamento deve ser individualizado.

Dentre os tratamentos possíveis temos o tratamento hormonal e para os casos mais avançados o tratamento cirúrgico através da laparoscopia.

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