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Os plexos venosos hemorroidários, também chamados de coxins ou mamilos hemorroidários são estruturas anatômicas normais presentes no canal anal que protegem do traumatismo decorrente da evacuação. Com o passar do tempo esses coxins podem perder sua estrutura normal e aumentar em tamanho. Isso pode causar sangramento anal ou prolapso. A doença hemorroidária representa um dilatação das veias desses plexos hemorroidários.
É uma condição comum na população adulta, principalmente entre 25 a 40 anos, com discreta predominância no sexo masculino. Não se sabe ao certo porque algumas pessoas sofrem de hemorroidas e outras não.
Alguns fatores parecem estar associados à sua formação, sendo considerados de risco para o desenvolvimento de hemorroidas:
- Hereditariedade
- Idade
- Constipação
- Diarreia
- Uso abusivo de laxantes ou lavagens
- Obesidade
- Gravidez
Essas condições levariam ao enfraquecimento dos tecidos de sustentação, nos quais estão localizados os plexos venosos, permitindo deslizamento, prolapso e ingurgitamento desses plexos.
Em geral, as hemorroidas são classificadas como:
- Hemorróidas internas : localizadas na parte interna do ânus
- Hemorróidas externas : localizadas na parte externa do ânus
- Hemorróidas mistas : (hemorróidas internas e externas)
As hemorroidas internas são classificadas em diferentes graus:
Grau I : vasos proeminentes sem prolapso.
Grau II : prolapso com redução espontânea.
Grau III: prolapso com necessidade de redução manual.
Grau IV: prolapso crônico e redução manual ineficaz.
As hemorroidas externas não são classificadas em graus.
QUADRO CLÍNICO
- Sangramento : geralmente sangue vivo, o sangramento através do ânus ocorre frequentemente durante ou após a evacuação, gotejando no vaso sanitário ou manchado o papel higiênico.
- Desconforto e dor anal : ocorre principalmente quando houver inflamação ou prolapso.
- Ardência anal: provocada principalmente após a ingestão de alimentos condimentados.
- Prolapso : exteriorização do mamilo hemorroidário pelo ânus
- Muco : eliminação de muco ao evacuar.
- Prurido anal : sensação de coceira na região anal.
A hemorroida externa geralmente é assintomática.
DIAGNÓSTICO
- História clínica e exame proctológico.
- Anuscopia
TRATAMENTO
O tratamento varia de acordo com o grau do prolapso hemorroidário e as complicações existentes, podendo ser clínico e cirúrgico :
- Clínico
Indicado quando os sintomas são discretos :
- Correção do hábito intestinal (dieta rica em fibras e líquidos).
- Evitar ingerir alimentos condimentados, como pimentas e temperos.
- Lavar o ânus cuidadosamente com água após a defecação, enxugar apenas com tolha felpuda. É preferível a irrigação de água (duchas higiênicas) ao uso do papel higiênico.
- Dar preferência para a utilização de roupas íntimas de algodão, que proporcionam maior conforto e menos irritação local. Evite usar tecidos sintéticos como poliéster.
- Controle da diarreia em pacientes com diarreia crônica.
- Pomadas anti-inflamatórias e anestésicas de acordo com a orientação médica.
- Alternativos
- Escleroterapia
- Ligadura elástica
- Crioterapia
- Fotocoagulação por raios infra-vermelhos.
- Cirúrgico
- Indicado para hemorroidas mistas, grau III e IV e complicações.
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE
TROMBOSE HEMORROIDÁRIA
Trombose hemorroidária é uma complicação da doença hemorroidária e gera grande desconforto ao paciente. Os trombos externos costumam ser únicos e extremamente dolorosos devido à distensão da pele anal, rica em terminações nervosas. Trombose de hemorroidas internas é menos frequente.
Os principais fatores predisponentes são a pressão exercida durante o parto, constipação intestinal, diarreia e o abuso de álcool e/ou alimentos condimentados.
QUADRO CLÍNICO
Os sintomas típicos incluem dor intensa, pressão em região anal, presença de muco e impossibilidade de redução espontânea do mamilo prolapsado. Ocasionalmente, as hemorroidas externas trombosadas podem sangrar através de erosão formada na pele ou por perfuração espontânea.
DIAGNÓSTICO
Ao exame da região anal observa-se nódulo doloroso, com edema importante da região.
TRATAMENTO
- Tratamento conservador (medicamentos).
- Tratamento cirúrgico (intratabilidade clínica).
Dicas para tratar e prevenir o aparecimento de doenças anorretais
- Mantenha uma alimentação saudável, rica em fibras: frutas, verduras, legumes e cereais.
- Faça refeições regulares (café da manhã, almoço e jantar) e coma devagar, mastigando bem os alimentos.
- Evite a ingestão em excesso de alimentos constipantes, tais como: massas com farinhas refinadas, batata, chocolate, chá mate e chá preto.
- Evite o consumo de excessivo de frutas ácidas e cítricas, laxativos, álcool, chocolate, café, cebola e nozes
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas e condimentos.
- Beba líquidos em abundância . Inclua em sua dieta muita água e sucos naturais, na quantidade mínima de 2 litros diários.
- Vá ao banheiro sempre que tiver vontade. Respeite a vontade de evacuar. Inibir a sensação natural de defecação induz à constipação intestinal. Deixando para depois as fezes podem ficar secas e endurecidas, difíceis de serem eliminadas.
- Evite ficar sentado por períodos longos, principalmente se houver algum trauma local. Evite leituras e/ou telefones no banheiro.
- Evite o uso de roupas justas e de material sintético como poliéster.
- Evite o uso abusivo de laxantes. Utilize medicamentos apenas com orientação médica.
- Faça exercícios com regularidade. Comece caminhando, pedalando ou nadando, no mínimo 3 vezes por semana. Aumente o tempo progressivamente, respeitando o seu condicionamento físico.
- Evite ficar longas horas do dia na mesma posição. Mesmo durante o horário de trabalho procure caminhar com frequência por alguns minutos, evitando permanecer sempre sentado.