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A retocolite ulcerativa é uma doença crônica caracterizada pela inflamação difusa da mucosa limitada à região retal e ao cólon. O início da doença pode ser insidioso ou abrupto, com surtos de exacerbação intercalados com períodos de remissão clínica.
Assim como na doença de Crohn, a etiologia da retocolite ulcerativa continua desconhecida, mas acredita-se que a doença se desenvolva em pessoas geneticamente predispostas associadas a fatores provavelmente ambientais ou infecciosos.
Tem sua maior incidência entre 15 a 30 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Compromete homens e mulheres de maneira uniforme.
A retocolite ulcerativa é 2 a 6 vezes mais frequente em não fumantes. Isso sugere que o tabagismo protegeria contra o desenvolvimento da doença. Há um risco aumentado de desenvolver câncer colorretal na retocolite, quando comparado à população geral, que está relacionado a dois fatores: a duração e a extensão da inflamação. O risco de câncer colorretal aumenta em pacientes com mais de 10 anos de evolução.
QUADRO CLÍNICO
As manifestações clínicas da retocolite são variáveis e dependem da extensão anatômica das lesões, da intensidade e da gravidade da doença. Em geral, os sintomas mais frequentes são diarreia e sangramento nas fezes.
O sintoma predominante da doença, na fase ativa e não complicada, é a diarreia com secreções com muco e sangue, associadas ou não às evacuações. O número de evacuações é variável, desde 2 a 3 até incontáveis em 24 horas. As manifestações clínicas gerais que comumente acompanham a retocolite são febre, inapetência, fraqueza, emagrecimento e anemia.
A retocolite ulcerativa pode ser classificada de acordo com a gravidade do surto agudo (leve, moderada e grave), pela evolução clínica (aguda, fulminante, crônica contínua e crônica intermitente) e pela extensão do processo inflamatório.
O exame físico geral do paciente com diagnóstico de retocolite ulcerativa leve ou moderada pode não apresentar sinais clínicos importantes e, na maioria das vezes, o estado geral de saúde é bom ou razoável; no entanto, na retocolite grave, podem ser encontrados sinais de desnutrição e anemia. O exame abdominal geralmente é normal, porém, na doença aguda não complicada, o paciente continua referir dor abdominal à palpação, principalmente no lado esquerdo do abdome.
A região perianal pode encontrar-se escoriada, porém doença perianal é incomum.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da retocolite ulcerativa é confirmado pela história clínica e exame físico do paciente, achados laboratoriais, radiológicos e principalmente através da colonoscopia com biópsias.
TRATAMENTO
Em geral, o tratamento é medicamentoso e visa à melhora dos sintomas e controle da doença. O tratamento cirúrgico está reservado para os casos de obstrução intestinal, sangramento intestinal severo não controlado, complicações supurativas e intratabilidade medicamentosa.